O que é que nos prende às coisas?
O que é que nos prende às pessoas?
O que é que nos prende à vida?
Pensamos tantas vezes que temos controlo sobre a própria vida...
mas no final de contas não temos controlo sobre nada!
Costumo dizer que não fico sentada a ver a vida a passar...
Mas afinal a vida é que nos fica a ver passar a nós...
porque é ela que continua depois de nós desistirmos...
Quando sabemos o que queremos... ou pelo menos o que não queremos,
podemos dizer que "eu sou assim" porque quero isto e aquilo...
Sim...! Porque o que queremos para nós e para os outros
...também diz muito sobre a pessoa que somos!
É menos um vazio que sentimos...
Mas o que é que acontece quando as relações que mantemos
também dizem muito a nosso respeito?
Coisas que possuímos... amigos que temos...
relações amorosas... relações sexuais...
até certo ponto, podem "falar" bem de nós...
mas quando passam aquele limite do aceitável, o que fazemos?
Desfazemo-nos de tudo? Deixamos de falar com as pessoas?
Viramos costas às relações?
E se tudo isso nos estava a fazer mal e não sabiamos?
Mas e se nos fazia bem, mesmo "falando" mal de nós?
E se sabemos perfeitamente que essas coisas nos fazem mal,
mas tamos tão agarrados a elas que temos medo de as deixar?
Medo... de que?
De começar do zero?
De voltar às origens?
Construímos as vidas a tentar não nos esquecermos de onde viemos,
para conseguirmos ser tão bons como isso ou ainda melhores...
Então porque é que é tão mau começar do zero?
Distanciamentos... porque é que são assim tão difíceis?
Seremos inteligentes por querermos mais das coisas e pessoas?
Ou seremos simplesmente estúpidos,
porque mesmo quando sabemos que temos que soltar,
continuamos a usar todas as nossas forças para nos agarrarmos...
Soltarmo-nos da corda que nos mantem vivos....
O que é que somos capazes de fazer para sobreviver?
Cortar um membro... arrancar um olho...
Eu talvez não o fizesse...
Mas seria assim tão dificil como saber que temos que mudar a nossa vida
e decidir realmente faze-lo?
Quando é que sabemos que chegou o ponto final?
Quando conseguimos dizer basta?
Será que nunca é tarde, ou há um tarde demais?
E se nos arrependemos?
Eu sei que podemos arrependernos por fazer ou por não fazer...
Mas será que a dúvida não é mais fácil de suportar do que fazer e correr mal?
Somos sádicos e masoquistas...
Magoamo-nos constantemente sem querermos...
E magoamos também as pessoas que nos rodeiam...
umas intencionalmente outras por acidente!
Mas onde é que isso nos leva?
Sentimos uma necessidade assim tão grande de coisas/pessoas à nossa volta?
Porque é que o que sabe bem dura tão pouco,
mas o suficiente para ser inesquecível...
E será que as lembranças de tempos felizes são mesmo boas?
Ou servem apenas para nos mutilar,
para nos torturar e fazer sentir ainda mais miseráveis quando já o estamos?
BASTA!!!
Começar do ZERO!
Olhamos para trás...
Para o rasto que deixamos no mundo...
Para o tempo que se escapou por entre os dedos...
Para o tempo que foi bem aproveitado...
Para pessoas que perdemos...
E para as que ainda conservamos...
Opções bem feitas... outras nem tanto...
Pensamentos que nos assolam quando temos decisões de futuro à porta...
Talvez a melhor maneira de pensar nisto
não seja com um whiskey com gelo na mão, ao som de uma musica brutal...
Todos passamos por momentos de nostalgia...
Momentos de recordar também a alegria...
Homens... Experiências contínuas...
Companhias bem aceites, algumas mal julgadas...
Não só por mim... mas pelo mundo que me rodeia...
Mundos diferentes, vidas separadas....
Há que ser grande... há que ver mais além da realidade...
Há que pensar sempre pelos vários lados...
Controlar... ? hmmm... talvez mas nem sempre....
Que vidas!!!
Que sonhos!!!
Que imagens confundimos e trocamos de sitio...
talvez da vida, talvez dos sonhos... que certezas!!!
Ai estes caminhos... serão os certos? Ou os errados?
A algum sitíos nos levam...
mas o que importa o sitio, se o importante é o caminho!?
Continuo com o meu whiskey na mão e trip-hops nos ouvidos...
pensamentos na cabeça... e caminhos à minha frente...
Encruzilhadas, cruzamentos ou rotundas,
tão fáceis como um virar de esquina ou tao difíceis como um acidente...
Viragens de página de um livro de histórias para todos os gostos e idades...
Ai que vidas!!!
Que noites... e que dias!? Rodopios e piruetas... passos lentos e correrias...
Sabores de gelo... e de picante...
Vidas públicas e privadas...
serão mais privadas as públicas ou mais públicas as privadas?
Segredos guardados na caixa do tempo
com chaves perdidas por qualquer canto...
Palavras, sons, cumplicidade de olhares...
Que memórias...
Que brincadeiras...
Que fantasias...
Que confusões nos sabem bem?
Mundos em confronto?
Vidas cruzadas?
Futuros desconhecidos, ou passados esquecidos?
Vidas...
E que vidas...!?