quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Eternidade Que Termina

Se eu inventar uma desculpa qualquer...
e disser que não quero estar aqui?
E se é dos sítios que me alimento,
e não dos amores (e) dos amigos?
Não quero sentir o sabor de habitualidade,
porque inovo nos passos que dou,
e não os quero repetir...
Recuso-me a viver para sempre,
a não ser em memórias que marcam!
E um canto do mundo não é suficiente,
se souber que preciso de mais!
Porque as fronteiras não me travam,
e as pessoas também não...
Se a minha força não é feita do hábito,
e a ilimitabilidade da minha alma persiste,
serei maior que uma sociedade limitada,
se o conformismo não me vencer!
Mesmo nada sendo para sempre,
esse nada não me impede de viver tudo...
Tudo... não se bebe de um trago,
e muito menos o seu sabor será eterno!
Porque o gelo que derrete apenas prolonga a bebida,
mas não é por isso que lhe dá mais sentido,
da mesma forma que o gelo que estala no copo,
não nos diz o tempo que demora a derreter...
Esse tempo não me dá sono,
Esse sono não tem vida,
Essa vida tem um fim...
Porque tudo dura o tempo que deixarmos durar...
Porque mais cedo ou mais tarde,
essa consciência ilumina-nos o caminho...
para os sítios, para as pessoas, para a alma...
Não me algemei à eternidade,
nem nunca o farei,
porque vivo enquanto estou viva,
e até deixar de o estar nada termina até terminar!

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