Concentro-me numa caixa de imagens simplesmente engraçadas,
Entretêm-me o pensamento...
Limitam-me a percepção...
Há efeitos desconhecidos em mim que me facilitam isso...
Talvez prefira que assim seja,
Assim perco-me no estado de ressaca...
Ontem foi dia do pai...
Preferi não falar com o meu,
Não falo há dias...
Semanas talvez...
Será um grande desapego ou um grande ressentimento?
Os fumos que me turvam a vista e me entorpecem os movimentos,
Desviam-me de um cenário para outro...
Perco-me no tempo com pensamentos rápidos mas cheios de coesão.
A necessidade de escrever vai ganhando a batalha...
E a necessidade de ver as imagens simplesmente engraçadas vai cedendo...
O pensamento saltita no tempo, nos cenários...
Porque deveria assinalar o dia de ontem?
Porque deveria lembrar alguém que tantas vezes se esqueceu?
Tantas palavras ditas... tao vazias...
Tantas atitudes imperdoáveis...
Mas será que penso nisso agora...
Apenas para fugir à sensação de decadência que sinto neste momento?
Um sitio que não é o meu...
Uma falta que me faz tudo...
Desde o estimulo à reacção...
Será que é assim que a minha avó se sente no leito de morte?
Sentir que a nossa vida... já não é a nossa?
Fazer parte da vida de alguém... em tempos... e esquece-la?
Esquecer o pensar... sentir... mover... falar...
Esquecer...
...uma vida inteira...
...neste instante!
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